A nossa cidade é linda! E mais velha ficou melhor!

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Cenários em 2020

A última etapa do nosso trabalho leva-nos a apresentar dois cenários possíveis para a cidade do Porto em 2020, tendo em conta os problemas identificados. O primeiro é um cenário positivo, que decorre da intervenção da sociedade e da resolução dos problemas diagnosticados pelos portuenses. O segundo, mais negro, decorre do agravamento dos problemas e de uma ineficiente atuação das autoridades para a resolução dos mesmos.
Assim, na nossa opinião num cenário positivo o Porto:
  • Verificará uma redução da sensação de insegurança dos cidadãos;
  • Gozará de uma melhor qualidade ambiental, em terra e no Rio Douro (aumento da biodiversidade);
  • Terá um rejuvenescimento do centro histórico por força do maior número de alojamentos habitados;
  • Terá um aumento do comércio e do emprego;
  • Beneficiará de uma maior organização, manutenção e valorização do património construído;
  • Proporcionará aos seus habitantes uma maior sensação de bem-estar e qualidade de vida promovendo o orgulho tripeiro;
  • Reforçará a sua posição nos circuitos europeus de turismo.


Por outro lado, num cenário mais pessimista, na nossa cidade:
  • Existirá um maior abandono do centro histórico e consequentemente um maior despovoamento e envelhecimento populacional;
  • Diminuirá o comércio e aumentará o desemprego;
  • Aumentará a insegurança e a criminalidade;
  • Agravar-se-á a degradação do património construído;
  • Continuará a degradação do ambiente (mais poluição visual, sonora e atmosférica, bem como da sujidade das artérias, e o rio perderá biodiversidade);
  • Haverá uma perda da sua importância enquanto destino turístico europeu.

Algumas propostas

De seguida apresentamos algumas propostas que pretendem contribuir para a diminuição dos três principais problemas da nossa cidade, identificados pelos portuenses.

1.º Problema – Degradação do património Construído
  • Criar legislação municipal que obrigue os proprietários a fazer obras de recuperação dos edifícios, quer eles sejam privados ou públicos;
  • Desenvolver protocolos com os bancos para criar fundos/empréstimos, com juros reduzidos, para incentivar os proprietários à recuperação dos edifícios; Criar brigadas formadas por beneficiários do Rendimento Social de Inserção para arranjar pequenos estragos dos edifícios, recorrendo a patrocínios de empresas de material de construção ou a moradores das ruas em questão;
  • Criar painéis de tecido/lona com imagens da cidade (ou dos edifícios quando eram novos) para cobrir pontualmente e temporariamente as fachadas dos edifícios muito degradados.
  • Facilitar o arrendamento barato a jovens que se comprometam recuperar e manter os edifícios;
  • Criar mais espaços verdes envolventes (canteiros, jardins, etc.) para desviar a atenção das áreas mais degradadas;
  • Melhorar o pavimento de algumas artérias; 
  • Fazer concursos de grafites, alusivos a imagens da cidade, para pintar muros ou fachadas que estejam muitos sujos.


 
Grafite do artista Eduardo Kobra, na Avenida 23 de Maio, na cidade de São Paulo - Brasil.

2.º Problema – Violência/Criminalidade/Insegurança
  • Aumentar o efectivo de profissionais de segurança na cidade de dia e de noite; 
  • Criar brigadas de seguranças formadas por beneficiários do Rendimento Social de Inserção para ajudar a manter a ordem na cidade, diminuir os assaltos/roubos, sob a orientação do Comando Metropolitano do Porto da Polícia de Segurança Pública; 
  • Colocar câmaras de vigilância nas áreas mais problemáticas da cidade; 
  • Aumentar o sistema de vigilância e de apoio aos idosos; 
  • Colocar mais iluminação nas artérias mais escuras da cidade, recorrendo a painéis solares ou geradores eólicos;
Poste de iluminação, 100% alimentado a energia solar.

3.º Problema – Poluição
  •  Criar brigadas de seguranças formadas por beneficiários do Rendimento Social de Inserção para limpar as ruas, sob a orientação dos serviços municipais e/ou das freguesias;
  • Limitar a circulação automóvel no centro histórico da cidade (circulação em dias alternativos; circulação por matriculas impar/par, consoante o dia da semana; etc.);
  •  Desenvolver campanhas publicitárias apelativas ao dever cívico e à reciclagem;
  • Aumentar o número de caixotes de lixo (de separação selectiva) junto às áreas de diversão nocturna;
  • Melhorar a fiscalização e penalizar os infractores;
  • Promover acções de voluntariado, por freguesia, que se preocupasse em manter/melhorar a sua qualidade ambiental;
  • Melhorar a rede de transportes públicos para incrementar o recurso aos mesmos e diminuir a utilização dos transportes privados;
  • Melhorar a rede de esgotos e as ligações às estações de tratamento de águas residuais (ETAR); 
  • Criar espaços próprios para os animais domésticos fazerem as suas necessidades.
  • Reabrir os urinóis públicos com condições para ambos os sexos;


O Urilift Public Pop-Up Toilet, basicamente é um urinol público! O que o diferencia é que fica escondido durante a manhã no subterrâneo e durante a noite surge das profundezas! Foi criado para os homens (geralmente bêbados) que costumam aliviar-se em qualquer canto que surge.

Para os 3 problemas:
Criar concursos inter-freguesias para eleger a melhor:
  • na manutenção do seu património construído;
  • nos níveis de segurança;
  • na qualidade ambiental.
Como prémio as melhores freguesias benefeciariam de mais recursos financeiros do Governo Central ou do Município e/ou veriam reduzida a Taxa de Contribuição Autárquica (Imposto Municipal Sobre os Imóveis) paga pelos seus moradores.

     

sábado, 14 de abril de 2012

Reforço dos dados recolhidos

Como forma de complementarmos os dados recolhidos lembramos-nos de recorrer ao Instituto Nacional de Estatística INE, especificamente aos Censos2011. Em primeiro lugar, pesquisamos os resultados do questionário de edifício, nomeadamente as respostas das questões 9, 13, e 14.
Em relação as questões 13 e 14 (O edifício precisa de reparações? e O edifício é servido por um sistema de recolha regular e organizado de resíduos sólidos urbanos?) os dados ainda não se encontram disponíveis on-line, pelo que entramos em contacto com o INE para os obter. Foi-nos dito que estes dados só se encontrariam disponíveis no final do ano de 2012. Estas informações serviriam de grande importância para o nosso trabalho, uma vez que encontraríamos dados concretos relativos ao tipo de reparações que os edifícios necessitavam e à questão da poluição, já que questiona sobre a existência de serviço de sistema de recolha regular e organizada de resíduos sólidos urbanos.
Em relação a questão 9 (Em que época foi construído o edifício?) conseguimos dados on-line a partir dos quais elaboramos os seguintes gráficos, que ajudam a documentar o primeiro problema identificado pelos portuenses – degradação do património construído.








Verificámos que mais de 70 % dos edifícios do concelho do Porto tem mais de 40 anos, sendo que cerca de 21% foram construídos entre 1919 e 1945 e 17% antes de 1919. Apenas 11% dos edifícios têm 20 ou menos anos de idade. Constatámos também que as freguesias com maior percentagem de edifícios antigos são as do centro histórico (Santo Ildefonso, S. Nicolau, Sé e Vitória). À partida é nestas freguesias que os edifícios estarão mais degradados e a precisar de reparações
Através do questionário de alojamento em relação à questão “Forma de ocupação” também podemos obter alguns dados on-line sobre o problema da degradação do património da cidade.





Desta forma verificámos que, são novamente as freguesias do centro histórico que tem mais alojamentos considerados vagos, sobretudo nas freguesias de São Nicolau e Vitória com 41% e 46% de alojamentos vagos respectivamente. Esta informação permite-nos pensar que se esses alojamentos estão vagos é porque não se encontram nas melhores condições de habitabilidade necessitando também, à partida, de reparações.
Estes dados vieram reforçar a opinião dos portuenses relativamente à degradação do património construído.
Em relação ao segundo problema identificado pelos portuenses “segurança/violência/marginalidade/roubos” tentámos, também, obter dados concretos relativo a estas questões. Para tal, entrámos em contacto com o Comando Metropolitano do Porto da Polícia da Segurança Pública. Lamentavelmente a resposta que obtivemos foi que o Comandante, no momento, não tinha possibilidade de responder ao solicitado. Fomos remetidos para o Relatório Anual de Segurança Interna - 2010 (disponível online). Este relatório de 240 páginas refere-se às questões de segurança de todo o país, referindo apenas alguns dados relativos ao distrito do Porto, o que não se enquadra nas nossas necessidades concelhias.
Por último, em relação ao terceiro problema identificado pelos portuenses – poluição, conseguimos, através de algumas pesquisas na Internet, verificar que quer a qualidade do ar na nossa cidade, como a poluição sonora se têm agravado, sobretudo como consequência do aumento do trânsito. Também verificámos, por experiência própria, que a poluição visual é uma constante, nomeadamente ao nível dos grafites, cartazes publicitários colados uns sobre os outros etc., e tem aumentado mesmo em edifícios que não seria de esperar. Relativamente aos resíduos sólidos, a Câmara tem feito um esforço para manter a nossa cidade limpa. No entanto, nos últimos anos, especificamente ao fim de semana por culpa das classes etárias mais jovens, temos verificado (mesmo presencialmente) que as ruas junto a Rua das Galerias de Paris, ficam num estado lastimoso. Mesmo assim, os técnicos de higiene urbana da cidade têm tentado manter a área limpa. Só falta um pouco mais de civismo por parte de quem frequenta aquele centro de diversão nocturna.
Não nos esquecemos do Rio Douro que, através de estações de tratamento de águas residuais, tem mantido uma qualidade da água constante, sendo possível em época balnear (salvo raras excepções) ir a banhos nas suas águas.